terça-feira, 3 de junho de 2008

Resenha do documentário "Homo Sapiens 1900"

O documentário “Homo Sapiens 1900” é dirigido pelo sueco Peter Cohen. Ele aborda um tema polêmico: a eugenia usada com fins negativos e as teorias de limpeza racial que deram origem ao Nazismo. Cohen critica principalmente o Nazismo e o Stalinismo pelo uso negativo que fizeram da eugenia. Ambos os regimes recorreram à eugenia para criar um aperfeiçoamento da raça humana e criação de um novo homem. A Alemanha nazista buscava esse aperfeiçoamento na limpeza racial que passava pelo corpo, buscava a beleza e a perfeição física nos moldes que deveriam construir o super-homem ariano, nos quais foram retomados os conceitos gregos antigos de perfeição. Já na União Soviética stalinista, a eugenia tinha como alvo o cérebro e o intelecto, também com vistas à criação de um novo homem idealizado.
O documentário foi baseado em extensa pesquisa de fotos, entrevistas, documentos e cenas raras de arquivo. Cohen discute a utilização dos conceitos darwinistas – onde só os mais aptos sobrevivem – que são utilizados pelos fascistas para se justificarem das atrocidades cometidas pelos próprios como a manipulação biológica como arma para eliminar todos (judeus, ciganos, deficientes físicos e mentais, inclusive recém-nascidos) que não se adaptam ao padrão ideal fascista.
O filme mostra cenas em que recém-nascidos que não pertencem ao padrão exigido são abandonados à própria sorte. São mostradas também as casas em que os nazistas utilizavam não só para abrigar mulheres que dariam à luz a alemães puros como também um refúgio para que houvesse um cruzamento sexual para a reprodução de mais homens perfeitos, o que entrava em choque com o conceito de família que estava na base do regime. Além das instituições que na época funcionavam como “lar” para pessoas com deficiências físicas e ou mentais que acabavam morrendo misteriosamente por não corresponderem às expectativas do regime.

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